
Celebra-se hoje, dia 27 de Fevereiro, o Dia Internacional do Urso Polar, uma espécie em vias de extinção, protegida desde 2001. Mas, por mais quanto tempo iremos nós celebrar este dia?
A imagem que tínhamos de um Urso Polar a viver no gelo, branco e puro, não corresponde mais com a realidade de hoje em dia. As gerações futuras não vão mais conhecê-lo pela sua grandiosidade e beleza, mas sim pela sua vulnerabilidade e desespero.
Os ursos polares são os maiores ursos do mundo e um dos melhores caçadores entre os animais selvagens. No entanto, o aumento das temperaturas no Ártico e a diminuição do gelo, fundamental para a caça dos ursos polares, são a maior ameaça ao habitat natural e à sobrevivência desta espécie.
Arranjar alimento é uma tarefa cada vez mais difícil e têm de percorrer distâncias cada vez maiores, para encontrarem focas para caçar. Há vários estudos que indicam que os ursos polares não conseguem preencher as suas exigências corporais, e até que, em alguns casos, gastam mais energia a caçar do que aquela que consomem. As focas correspondem a 95% da dieta dos ursos polares, e eles precisam de gelo no mar para as caçar. O problema é que, devido às alterações climáticas, o gelo está a decrescer 14% a cada década que passa, e à medida que ele se vai fragmentando, a vida desta espécie torna-se cada vez mais difícil.
O que vemos nesta imagem são as consequências de tudo isto. Esta fotografia foi tirada por Jenny E. Ross, no Canadá. Preso em Terra e sem a possibilidade de caçar devido à falta de gelo, um urso polar faminto procura comida no meio do lixo humano, para sobreviver.
Também o vídeo que ficou viral há uns anos, captado na Ilha de Baffin, pelo fotógrafo e biólogo Paul Nicklen, da National Geographic, nos faz encarar esta dura realidade: um urso polar esquelético, preso em terra, sem gelo nem mar à sua volta, desesperado por comida. “Um modo de vida faminto” é a nova realidade desta espécie. As ameaças são reais e as consequências estão à vista. As alterações climáticas, a poluição, a exploração do seu habitat para petróleo e gás e a caça furtiva são as principais ameaças do urso polar.
As escolhas que fazemos diariamente levam ao declínio do nosso Planeta. Será que temos verdadeiramente noção das consequências dos nossos atos? O dia de hoje serve para sensibilizar as pessoas e convidá-las a entrar no “desafio do termóstato”, em que devemos tentar diminuir a temperatura do aquecimento e poupar energia para os ursos polares, vivendo o inverno com mais roupa, tal como o pêlo que eles têm.
Se estas imagens vos partem o coração, encarem isso como uma coisa boa: é sinal de que, para vocês, há algo de errado nisto, que precisa de ser mudado. E, o primeiro passo para algo mudar, é nós querermos que mude! Tudo aquilo que fazemos conta, por mais insignificante que pareça. Quanto mais fizermos e quantos mais formos a fazer, melhor!
Lembra-te: Mudamos o Mundo a cada escolha que tomamos.
– Escrito por Teresa Martins